26/06/2016

Uma crítica aos amores descartáveis...



    Ultimamente tenho pensado com mais atenção o que as pessoas pensam sobre o amor e o quanto o tal do eu te amo passou a ser ouvido com tanta frequência, como um clichê cotidiano. Tenho visto tantos relacionamentos descartáveis, daqueles ditos passatempo ou o tanto faz como tanto fez que eu sinceramente me questiono se é por esses tipos de ‘’compromisso’’ que as pessoas se baseiam para tentar teorizar o que é o amor.
    Se as pessoas pensam que o amor é aquelas fotos e declarações bonitinhas no facebook, na minha concepção elas estão enganadas. Não é interessante que julguemos o sentir do outro, porque cada um sente da sua maneira, mas sinceramente eu não consigo achar verdadeiro alguém que se conheceu há um mês dizer o quanto ama essa tal pessoa, sinceramente, eu só consigo ver isso como certa imaturidade e dependência emocional pelo outro.
     Na geração atual em que vivemos, dizer eu te amo já virou algo banal. Trocar de parceiro como quem troca de roupa também; não julgo as razões pelos quais as pessoas não conseguem firmar um relacionamento duradouro com alguém porque não me convém fazer isso. Porém, quando eu menciono o ‘trocar de parceiro como quem troca de roupa’, eu falo do exagero e principalmente da necessidade de postar nas redes sociais a quantidade de pessoas com quem você se relaciona, e mais do que isso é o sujeito sentir a necessidade de se declarar na internet para a ‘’pessoa amada’’ o tempo inteiro. Eu mais uma vez vejo isso como imaturidade emocional, como aquele sujeito que não consegue contemplar a sua própria companhia por muito tempo e necessita ter uma pessoa ao lado dela por não conseguir ficar sozinha, e isso não é saudável nem para o estado emocional do sujeito e nem para o seu espírito (para aqueles que assim como eu, são espiritualistas), pois há uma descarga de energia negativa alta e o sujeito sofre por antecipação, por excesso de futuro, enfim, sofre desnecessariamente.  
    Outro ponto que me levou a refletir e depois escrever sobre isso, é a percepção que as pessoas têm sobre o relacionamento dar ou não certo e também a confusão que as pessoas fazem do amor e da paixão e o fim que isso leva. Certa vez eu estava em um grupo de conversas aleatórias com alguns colegas e uma dessas conversas foi sobre o término dos relacionamentos, o tópico que se sobressaiu foi acerca da convivência que com o tempo vai se tornando difícil e desgostosa, porque no começo tudo é maravilhoso, mas depois fica complicado e por aí lá vai o trem. É certo que não podemos descartar a questão da convivência como um motivo primordial para terminar um relacionamento, mas o questionei perguntando acerca dos casais que estão juntos a mais de trinta, cinquenta anos. Outra coisa é essa distorção que fazemos entre o estar apaixonado e estar amando, e isso se torna prejudicial para nós a partir do momento que não deixamos isso claro em nossa mente e sofremos desnecessariamente, um exemplo a ser citado são alguns casais que estão juntos há pouco tempo (vamos citar dois meses) e por infeliz causa terminam seus relacionamentos e os motivos são daqueles que se houvesse um diálogo, o término poderia ser evitado. E, uma última situação, ainda envolvendo a questão do tempo de convivência e o exemplo citado, são aquelas pessoas que afirmam amar as outras em tão pouco tempo. Eu particularmente não acredito que exista amor com pouca durabilidade, pode haver a paixão, o gostar, a atração e todos os sentimentos e sensações que antecedem o amor, mas o amor de fato não. Agora claro, é maravilhoso quando os casais se amam e são apaixonados um pelo outro, porque estes detalhes singelos não podem morrer, pelo contrário, deveria esquentar as relações quando elas estivessem esfriando.

    O amor não é fácil e nem habilidoso, também não vem com manual de instrução. O amor requer tempo, dedicação, querer mútuo, esforço e tantas outras coisas. A convivência de fato não é uma tarefa fácil, pois envolve dois mundos diferentes. Eu gosto de usar como referência a construção de um prédio, o tempo que se leva para arquitetar o prédio, ter o projeto em mãos e a construção do mesmo leva tempo, e é assim que eu vejo o amor. É muito fácil falar que ama uma pessoa e estar com ela nos momentos bons, mas a tarefa se torna árdua quando você tem que passar pelas crises juntos, aturar os defeitos do outro e aí vem à tona a questão da convivência. O amor não é tão colorido e bonito sempre, não são aquelas declarações fofinhas nas redes sociais o tempo inteiro, são fases. Tem hora que o café está muito delicioso e você adora, mas tem hora que você repugna o café por ter o mesmo sabor, é um exemplo extremo, mas que é válido quando se trata de amar um ao outro. 

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