Ultimamente
tenho pensado com mais atenção o que as pessoas pensam sobre o amor e o quanto
o tal do eu te amo passou a ser ouvido com tanta frequência, como um clichê
cotidiano. Tenho visto tantos relacionamentos descartáveis, daqueles ditos
passatempo ou o tanto faz como tanto fez que eu sinceramente me questiono se é
por esses tipos de ‘’compromisso’’ que as pessoas se baseiam para tentar
teorizar o que é o amor.
Se
as pessoas pensam que o amor é aquelas fotos e declarações bonitinhas no facebook, na minha
concepção elas estão enganadas. Não é interessante que julguemos o sentir do
outro, porque cada um sente da sua maneira, mas sinceramente eu não consigo
achar verdadeiro alguém que se conheceu há um mês dizer o quanto ama essa tal
pessoa, sinceramente, eu só consigo ver isso como certa imaturidade e
dependência emocional pelo outro.
Na geração atual em que vivemos, dizer eu te
amo já virou algo banal. Trocar de parceiro como quem troca de roupa também;
não julgo as razões pelos quais as pessoas não conseguem firmar um
relacionamento duradouro com alguém porque não me convém fazer isso. Porém,
quando eu menciono o ‘trocar de parceiro como quem troca de roupa’, eu falo do
exagero e principalmente da necessidade de postar nas redes sociais a
quantidade de pessoas com quem você se relaciona, e mais do que isso é o
sujeito sentir a necessidade de se declarar na internet para a ‘’pessoa amada’’
o tempo inteiro. Eu mais uma vez vejo isso como imaturidade emocional, como
aquele sujeito que não consegue contemplar a sua própria companhia por muito
tempo e necessita ter uma pessoa ao lado dela por não conseguir ficar sozinha,
e isso não é saudável nem para o estado emocional do sujeito e nem para o seu
espírito (para aqueles que assim como eu, são espiritualistas), pois há uma
descarga de energia negativa alta e o sujeito sofre por antecipação, por
excesso de futuro, enfim, sofre desnecessariamente.
Outro
ponto que me levou a refletir e depois escrever sobre isso, é a percepção que
as pessoas têm sobre o relacionamento dar ou não certo e também a confusão que
as pessoas fazem do amor e da paixão e o fim que isso leva. Certa vez eu estava
em um grupo de conversas aleatórias com alguns colegas e uma dessas conversas
foi sobre o término dos relacionamentos, o tópico que se sobressaiu foi acerca
da convivência que com o tempo vai se tornando difícil e desgostosa, porque no
começo tudo é maravilhoso, mas depois fica complicado e por aí lá vai o trem. É
certo que não podemos descartar a questão da convivência como um motivo
primordial para terminar um relacionamento, mas o questionei perguntando acerca
dos casais que estão juntos a mais de trinta, cinquenta anos. Outra coisa é essa distorção que fazemos entre
o estar apaixonado e estar amando, e isso se torna prejudicial para nós a
partir do momento que não deixamos isso claro em nossa mente e sofremos
desnecessariamente, um exemplo a ser citado são alguns casais que estão juntos
há pouco tempo (vamos citar dois meses) e por infeliz causa terminam seus
relacionamentos e os motivos são daqueles que se houvesse um diálogo, o término
poderia ser evitado. E, uma última situação, ainda envolvendo a questão do
tempo de convivência e o exemplo citado, são aquelas pessoas que afirmam amar
as outras em tão pouco tempo. Eu particularmente não acredito que exista amor
com pouca durabilidade, pode haver a paixão, o gostar, a atração e todos os
sentimentos e sensações que antecedem o amor, mas o amor de fato não. Agora
claro, é maravilhoso quando os casais se amam e são apaixonados um pelo outro,
porque estes detalhes singelos não podem morrer, pelo contrário, deveria
esquentar as relações quando elas estivessem esfriando.
O
amor não é fácil e nem habilidoso, também não vem com manual de instrução. O
amor requer tempo, dedicação, querer mútuo, esforço e tantas outras coisas. A
convivência de fato não é uma tarefa fácil, pois envolve dois mundos diferentes.
Eu gosto de usar como referência a construção de um prédio, o tempo que se leva
para arquitetar o prédio, ter o projeto em mãos e a construção do mesmo leva
tempo, e é assim que eu vejo o amor. É muito fácil falar que ama uma pessoa e
estar com ela nos momentos bons, mas a tarefa se torna árdua quando você tem
que passar pelas crises juntos, aturar os defeitos do outro e aí vem à tona a
questão da convivência. O amor não é tão colorido e bonito sempre, não são
aquelas declarações fofinhas nas redes sociais o tempo inteiro, são fases. Tem
hora que o café está muito delicioso e você adora, mas tem hora que você
repugna o café por ter o mesmo sabor, é um exemplo extremo, mas que é válido
quando se trata de amar um ao outro.
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