01/08/2016

O capitalismo entranhado em nós e nos nossos relacionamentos

 


   

   Olá pessoal, essa é a minha primeira postagem aqui e há anos venho refletindo sobre este tema e o quão forte o nosso atual sistema econômico se entranhou no nosso ser, e como costuma dizer um velho sociólogo chamado Bourdieu, - se fez “habitus” e se “incorporou” em nós -.  Gostaria de deixar claro que sou ‘’esquerdopata’’ de carteirinha, pois seria injusto não deixar clara minha posição politica aqui. Então, vamos conversar sobre como somos influenciados 24h pelo capitalismo? Vamos lá!
   Como dizia o velho Marx, toda nossa vida pode ser baseada pelo sistema de produção de bens, e é baseada nessa ideia que vou escrever o que vejo no dia-a-dia da minha geração e das gerações seguintes.
   Certo dia parando para observar o meu comportamento e os dos meus alunos do projeto a qual participo e das pessoas do meu facebook, percebi que não paramos de pensar no lucro, no sentido em que, sempre vem ( nem sempre fica) a ideia de que ‘’o que eu ganho com isso?’’ E caramba, fiquei impressionada como isso é presente no nosso cotidiano e principalmente nas nossas relações. Natalia um dia desses escreveu sobre relacionamentos descartáveis, e gente, é assim que somos tradados pelo capitalismo e é assim que muitas vezes acabamos tratando os outros: como descartáveis.
   Usufruímos o outro até que não nos “sirva” mais. Isso é muito triste. E todas essas coisas acontecem com tamanha naturalidade, que é assustador quando você começa a ter noção de tal coisa.
Mas enfim, deixemos de enrolação e vamos ao caso, vocês já pararam para pensar o quanto compramos coisas desnecessárias? O quanto pensamos no ‘’o que eu ganho fazendo isso’’ ou o ‘’se eu for amigo de fulano vou conseguir ser popular’’, ‘’fulano tem grana vai me ajudar’’, ‘’fulano é da área de exatas e vai me ajudar se eu me tornar amigo dele’’? Se você já pensou dessa forma, lamento lhe dizer, você tem o capitalismo entranhado em você! E eu não estou lhe julgando, pois também o tenho entranhado em mim.
   Sabe nos dias de hoje isso se tornou ainda mais forte, acreditem se quiser, mas estamos presente num hedonismo pesado. E o que danado é hedonismo? Nada mais do que a busca pelo prazer. E esta ideia é o extremo do capitalismo em nós, na qual comemos para sentir prazer, saímos para sentir prazer, beijamos para sentir prazer, abraçamos para sentir prazer, transamos para sentir prazer e o mesmo torna-se algo acima de tudo em nossas vidas. E aí é quando a cobra começa a fumar! Porque tudo se torna algo inferior ao prazer, e você começa a trocar uma série de coisas pelo prazer; troca suas amizades, troca seu companheiro, troca seu corpo, paga para sentir prazer e isso só resulta em duas coisas: mais consumo e relações mais frouxas. Porque a relação torna-se algo banal e como Natalia falou no texto dela, descartável. E gente essas coisas são automáticas e fazemos achando norma. Você vai ler isso e pode dizer, “ Que besteira, é normal!” Mas não é!
   É algo comum, que já se naturalizou, mais não é normal. O normal são as relações fluírem sem pedir nada em troca, embora busquem sempre reciprocidade, mas para que haja reciprocidade, precisa-se existir uma série de coisas, de elementos, inclusive o respeito pelo outro, e com no pensamento de lucro o respeito é extinto, porque o outro se torna um objeto e não uma pessoa com sentimentos, ideias e um mundo. Então quando paramos para refletir neste sistema, que considero desumano, percebemos o quanto somos influenciados a sermos como ele.
   Então galera, a ideia do texto não é para fazer NINGUÉM mudar de ideia ou de comportamento, longe de mim, a ideia central é fazer apenas uma reflexão acerca dessa influência que temos do sistema. Fui bem resumida, porque somos influenciados de n's maneiras, mas creio que flui clara, com relação a minha visão sobre isso. Espero que gostem do texto!  

Nenhum comentário:

Postar um comentário