Sigo
a caminhar nesta vida tão singela, carregada de serenidade. Penso aqui com os
meus botões que no final de tudo, a vida sempre será retilínea. E este
movimento retilíneo que ela se propôs a fazer pode ser encarado de duas maneiras,
ou estamos estagnados ou o momento da euforia cessou.
O
primeiro emprego, a missão de adquirir novas experiências, o casamento tão
sonhado pelo casal, a aprovação no vestibular, à notícia de uma gravidez
planejada, a primeira viagem... Tantas coisas boas que faz a curva da nossa vida
estar em seu nível mais elevado de euforia. Euforia essa que vai esfriando. A
nova fase da vida, a nova rotina, os novos colegas e amigos, tudo isso com o
tempo vai deixando de ser novo, vai se tornando algo comum e rotineiro e,
àquela curva que antes estava no pico, vai voltando a sua origem retilínea
novamente.
Por
outro lado às perdas, os términos, as reprovações, os nãos como resposta e tudo
aquilo que vem à tona como algo ruim, também altera a linha retilínea da nossa
vida. Este pico de elevação vem recheado de sensações ruins que muitas vezes
nos deixam inertes, ou melhor, estagnados. Mas, como tudo na vida são fases,
esta também é só mais uma e, com o tempo nos acostumamos com a ausência, com os
nãos da vida e ao final de tudo a vida volta a sua origem: ao movimento
retilíneo.
Entendamos
a linha retilínea não como algo ruim, mas como algo necessário. Vejamo-lo em
dois aspectos: Esta linha pode ser considerada todo o apurado daquilo que
construímos no decorrer da nossa caminhada; os nossos amigos, a nossa família,
o nosso emprego, os nossos filhos... Nesse mesmo caminho podemos adicionar
alguns picos de elevação que nos transmitem uma sensação de alegria como ir
jantar com a família, fazer uma reunião particular com amigos mais íntimos, ter
uma noite completa com direito a jantar romântico e sexo de sobremesa, enfim
situações imprescindíveis para sair da famosa rotina. Por outro lado, vejamos a
tal linha retilínea como o sofrimento, como as nossas experiências negativas...
Seguindo esta linha de pensamento, há também alguns picos de elevação que fazem
com que nós saiamos da inércia. Adicionemos então neste pico a força de
vontade, a resiliência, a determinação, a persistência e tantos outros
elementos essenciais para sairmos da condição de autômatos e sermos então direcionados
para a condição de autônomos da nossa própria vida, ou melhor, de voltarmos ao
estado de ‘’normalidade’’.
Sintetizando
esta teoria um tanto que louca, o movimento retilíneo chama-se equilíbrio e é a
partir dele que ponderamos o que é bom e o que é ruim, que amenizamos os
excessos da mesma forma que harmonizamos os afetos, enfim é o caminho do meio,
é uma corda bamba entre as escolhas e as consequências. Os picos de elevação
ora de euforia, ora de estagnação também são importantes, pois acarreta
aprendizados e não tem bem mais precioso do que aprender com a vida e crescer
como pessoa a partir disso. Tanto as boas energias como as más energias devem
ser equilibradas, ou melhor, as boas escolhas e as más escolhas. Por fim, tudo
é aprendizado.
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