Paixão: Um sentimento desgastante

       

  Quem nunca se apaixonou por alguém? Quando é correspondido é ótimo, afinal, sem a paixão não existe o amor, mas e quando não é correspondido? Não tem aparentemente certo, você só se machuca. Mas, hoje não irei falar da paixão com seus apetrechos mas sim dela propriamente dita, pura. 

  Na mitologia grega, vemos que a paixão é considerada como uma escassez (vazio) de algo ou alguém. A explicação mitológica é até engraçada. Em comemoração ao nascimento de Afrodite, os deuses resolveram fazer uma festa, na qual Poros, o esperto, estava no meio. No final da festa, Pínia, a pobreza, resolve aparecer e comer tudo o que sobrou e se aproveitar do que ainda tinha. Daí, ela encontra Poros bêbado, tem relações com ele e concebe Eros, o deus do amor, ou para os romanos, o cupido. Logo, Pínia (miséria, fome) + Poros (astúcia) = Eros (paixão). 
  Agora vamos para a explicação científica. Do ponto de vista biológico, a paixão se caracteriza na liberação de alguns hormônios do neurotransmissor, como dopamina e a serotonina, que ambas trabalham no controle das emoções. Então, o que é que acontece? A paixão é como se fosse uma dependência, algo que poderia ser trocado por algum tipo de droga, ou seja, quando você ''possui'' aquela pessoa, seu neurônio libera esse hormônio, que lhe dar uma sensação de felicidade/satisfação e quando isso não acontece, faz você ficar triste ou até depressivo. 

  Se formos comparar essas duas explicações com o sentimento puro, veremos que ambas se completam e fazem sentido na prática. Por quê? Porque a paixão é esfomeada. É avassaladora. É intensa demais e tão intensa que do mesmo jeito que está a mil graus, baixa para zero graus em questão de segundos. É aquele sentimento que te deixa retardado, irracional a ponto de seu mundo só girar em torno daquela pessoa e tudo o que você faz é só pensando naquela pessoa. É patético pois você perde tanto a sua individualidade que parece que você não tem mais vida. Eu digo isso pois já me apaixonei, na minha adolescência e pode crer? É um sentimento horrível. Além do mais é mitológico, pois você idealiza um ser perfeito e sabe como isso acaba? No primeiro vacilo que o cara der. Sem contar no senso do ridículo de passarmos por situações constrangedoras e abrir mão das nossas particularidades para nos sentirmos amados. É um sentimento tão exacerbado e inquietante que acaba por chegar ao fim muito rápido e a incomodar. Sabe quando você descobre que o seu personagem fictício metido a bonzinho era na verdade o vilão da história? É mais ou menos assim quando a paixão acaba. 

  O amor é diferente e a gente consegue perceber. O amor é calmo, sólido e pode até ser confundido com a rotina diária. E no final de tudo pode até ser, afinal, vivem juntos há muito tempo, mas o amor deixam as pessoas satisfeitas. Porém, como eu sempre digo, primeiro vem a paixão e depois vem o amor e todo casal passa pelo começo, a única coisa que resta é saber controlar os exageros e saber que você tem uma vida e seu parceiro tem outra. 

''Prefiro a calmaria de um amor do que a turbulência de uma paixão.''