30/01/2018

Família: Sinônimo de amor (?)


    Antes de compartilhar com vocês a reflexão que tive acerca desse assunto, deixo claro que o que escreverei aqui foi a partir de experiências no meu meio familiar, mas que não tenho maturidade alguma para falar a fundo sobre, porque nunca tive a experiência de ser mãe, de ter uma família, mas senti a necessidade de compartilhar com vocês essa reflexão.
    O laço afetivo entre pais e filhos deveria ser muito mais do que aquela ligação sanguínea que acontece dentro da barriga da mãe, a ligação afetiva nesse sentindo, seria muito mais importante. Muitas vezes ou na maioria das vezes senão sempre, os nossos pais nos criam para que reproduzamos a criação que eles nos deram, só que na maioria das vezes senão sempre novamente, isso não acontece e os nossos pais se frustram. É compreensível esse tipo comportamento por vários motivos e três deles seriam a criação que eles tiveram, a geração a qual eles estavam inseridos e os valores morais deles e tudo isso gera uma série de conflitos familiares porque os pais se encontram numa geração mais modernizada e os filhos são criados dentro dela na perspectiva da geração anterior, dos costumes anteriores.
    Diante desses conflitos de gerações entre pais e filhos e de personalidades distintas, há uma coisa que precisa ser dita: Pais, os seus filhos não são e não serão os seus clones. Os seus filhos não irão viver em prol de vocês porque eles são livres, eles irão viver a vida deles, irão construir a vida deles e irão aprender e amadurecer a partir das experiências de vida deles. Eles são livres para escolherem viver da forma que querem, vocês não podem viver por eles e nem tão pouco resolverem os problemas deles, vocês fizeram a sua parte, agora é com eles. Pais, vocês dão o subsídio do caminho para que eles vivam, mas eles não precisam necessariamente seguir todos os conselhos que vocês deram, porque cada um tem a sua personalidade e quando eles amadurecem, podem e não podem ter a mesma visão de vida que vocês. E entendam, ‘’o que é certo para mim pode não ser certo para você’’ também se aplica na relação entre pais e filhos. Uma vez eu estava no centro espírita, numa reunião de terapia desobsessiva e uma mãe aparentava-se frustrada porque criou o seu filho em determinado caminho, mas ele escolheu viver de outra forma. O palestrante e regente da reunião por sua vez, deu-lhe um conselho magnífico: Você fez a sua parte. Ele irá sofrer as conseqüências das escolhas que fez e irá fazer, sendo boas ou ruins. Penso eu que esse conselho deve ter doído nela, mas que é a verdade e ela precisa ser dita, às vezes é duro ouvi-la, mas é necessário.
    Muitas vezes confundimos o amor entre pais e filhos com o fato dos pais darem as condições mínimas para eles viverem com decência: estudar numa boa escola, se alimentar, ter o que vestir ou ter dinheiro para se divertir, etc. Mas, se esquecem de que isso não tem muita importância se faltam algumas coisas, como: afeto, atenção, cuidado, amor em resumo. O que vemos são os pais chegando cansados de seus afazeres diários e não beijam os seus filhos, não brincam com os seus filhos e nem lhes perguntam como foi o seu dia na escola, o que aprendeu de novo e quando o filho ousa em contar, os pais simplesmente dizem ‘’agora não filho/a, eu estou cansado’’. Daí deixa de perceber quando o filho cresce, desenvolve problemas psíquicos pela ausência de afeto dos pais e quando pensam em remediar o problema já é tarde. Daí observamos adolescentes frustrados, inseguros e com transtornos psíquicos pela ausência de afeto dos pais que poderia ter sido evitado com um simples gesto de carinho, com uma simples pergunta, ‘’como foi o seu dia?’’, com dez minutos do seu dia para brincar com seus filhos.
    É por isso que diante disso tudo eu digo: É muito fácil colocar uma criança no mundo, acho que é a melhor parte diria. Mas, assumir a vida de uma criança, cuidar e principalmente educar é uma tarefa árdua, pois estaremos lidando com outra vida que irá crescer, irá viver experiências novas ou parecidas com as que já vivemos, irá formar a sua personalidade, seus gostos e tantas outras coisas, sem contar que lidaremos com a vida dela e a nossa vida, as nossas dificuldades, os nossos momentos que nem nós nos suportamos. Por isso que a escolha de ser pai e mãe deve ser pensada e repensada mil vezes, porque afinal ser pai ou mãe é uma grande missão para a vida espiritual principalmente, porque quando somos colocados dentro de um lar, é ali que aprenderemos o que precisa ser aprendido para o nosso espírito, afinal a vida aqui é só uma passagem. 
    Aos pais, amem os seus filhos, cuidem, perguntem como eles estão, o que aprenderam na escola, como foi o dia deles, acolham-nos, porque da mesma forma que vocês gostariam de se sentirem amados ao chegarem em suas casas e a sua esposa ou esposo perguntar, ‘’como foi seu dia?’’, o seu filho também quer se sentir amado e acolhido. Não é porque seus filhos vivem enfurnados no quarto estudando, jogando ou passam o dia inteiro na rua porque precisam trabalhar e estudar que eles são invisíveis. É preciso haver uma mudança de hábito e são os pais que precisam rever isso, afinal, a criação foi dada por eles e pasmem, não tem idade para a mudança de hábito. Seu filho pode ter 30 anos de idade, se você chegar e perguntar a ele se ele está bem, com certeza será plantada uma sementinha para que ele também possa fazer a mesma coisa. Eu falo isso pautado na minha realidade, porque se os meus pais, precisamente o meu pai, me desse espaço para que ele pudesse me conhecer melhor e me deixar ser uma filha mais amorosa, certamente a relação seria diferente. Claro, o filho também pode tentar, às vezes os pais também esperam por isso, mas é preciso principalmente deixar o ego de lado porque a vida aqui é passageira e muito curta para perder tempo não distribuindo amor a quem se ama.






Nenhum comentário:

Postar um comentário