Naquele
dia estávamos a sós naquele quarto vazio com cheiro de cigarro, tão sem vida
que decidimos pôr e expor a nossa vida ali. Corpos nus expostos, sintonia que
afagava até a alma, trocas de energia, de saliva, de suor, de entrega, de
líquidos que os nossos corpos expeliam de prazer. Foi tudo tão gostoso que nem
percebemos a hora passar.
Corpos
despidos, a libido aflorada e a vontade imensa de ser penetrada com vontade,
com tesão, coisa de doido. A cada toque o meu corpo pedia mais, a cada beijo o
meu corpo queria mais, era inexplicável a sensação de excitação. O gosto bom do
beijo, o cheiro natural do corpo, a troca de bons fluidos, a reciprocidade do
momento, tudo tão intrínseco e tão conectado a nós.
Percorria
com as mãos, boca e língua todo o meu corpo enquanto deixava escapar alguns
sussurros no meu ouvido, aquilo me enlouquecia. Cada gemido meu deixava-o louco
e eu percebia tudo isso pela pressão do toque, do beijo, da forma como me
agarrava e me olhava, com aquele olhar de quem estava com uma vontade imensa de
me devorar.
Tudo
acontecia tão naturalmente, sem preparos, sem performances, apenas cedíamos as
nossas vontades e verdades nada absolutas. Naquele momento, nos entregávamos ao
clímax, saciados pelo intenso prazer, aonde vimos os nossos corpos numa imensa
sensação de relaxamento; os problemas foram deixados lá fora e os pouquíssimos
segundos de orgasmos foram suficientes para nos fazer sorrir como duas crianças
bobas que acabara de ganhar um presente super especial: o direito de gozar em
paz.
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