Ela vivia rodeada de pessoas e todos gostavam da sua presença. Mas, o que ninguém sabia era que ela vivia conflitos amorosos internos, daqueles de fantasiar situações a partir de outras. Vivia cansada de viver esses amores irreais, mas ninguém precisava saber.
Em pensamento, dizia com um pesar no coração: ''Quisera eu poder encarcerar o meu coração e jogar a chave a sete passos do inferno ou apenas controlar o meu eu profundo''. Sentia-se triste, pois outrora o destino pregou-lhe uma peça bem ajustada e bem elaborada até, uma mera coincidência. Avistara um homem que de imediato não lhe chamou atenção e não tinha do quê chamar, pois olhou para este homem como olhava para qualquer outro, contudo, o que lhe chamou atenção foi que ambos se cruzaram diversas vezes e até trocaram olhares e no final de todo esse fuzuê conversaram bem superficialmente, assim bem do nada. Pensara pois que a situação seria engraçada, nunca aconteceu algo tão inusitado com esta moça. Bastou isso para que ela se deleitasse em suas fantasias... e, se machucasse.
Em colapsos de sua loucura, imaginava encontrar aquele homem novamente e deixar sua timidez de lado para conversar um pouco mais com ele e saber - mesmo que superficialmente - um pouco de quem ele era. Pensara ela que isso tudo lhe traria ao menos uns bons papos. Mas não, isso não aconteceu. Os dias se passaram e a moça não avistou-o. Tentou esquecer. Esqueceu e se machucou. Machucou-se pois o destino lhe preparou e logo em seguida despreparou, tão rápido que nem os bons papos que por hora ela imaginara não se concretizou.
Dizia ela que isso era ruindade do coração, pois com tamanha insegurança de não criar expectativas para não sofrer em vão, criou uma gota, mas criou. Apenas queria entender o porquê disso acontecer com ela, logo com ela. Que brincadeira sem graça, destino. Não faça mais isso. Só que ela esqueceu de lembrar que quando as coisas acontecem, não controlamos. É realmente inesperado.
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